quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Devaneios rumo ao lar

Absorto em pensamentos distantes, volto para casa.Nasci em um berço dourado, nunca me faltou carinho nem afeto, no entanto, uma angústia assombra meu espírito.

Não descarto a possibilidade de que meus sentimentos, assim como as palavras, possam ser artificiais e oriundos de artistas diversos.Mas então meu ser, caso ele realmente exista, se tornou por completo o mundo pelo qual me cerquei.Porém, não seriam os autores desse mundo grandes sínteses de outros maiores ainda?E teriam eles adicionado suas próprias essências nessa mistura?

Meu ser juvenil está em desespero, com uma ânsia de amor, que não pode mais ser saciada pelos pais.Ah, talvez eu só estou em busca de palavras para mascarar minha necessidade suja e crua.Ou pode ser que, nessa estrada rumo ao amadurecimento, as leis alheias não bastam, e um homem deve saber criar seus próprios princípios, sejam eles individuais ou não.E poder ao fim, descobrir a si mesmo, e sentir-se em paz com sua alma.

Cheguei em casa, e todo esse lirismo anterior desmoronou.Minto, ele sempre ardeu, louco para se expor, no meu interior.E eu sempre tive medo de mostrar ao mundo sua existência.Os devaneios que surgem aleatoriamente, ao longo dos passeios, são o mais próximo que chego dele.

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